Ontem foi dia de maratona no hospital. Minha mãe acordou com dor na vesícula e achou que estava com icterícia de novo. Lá fomos nós para o Hospital São Lucas (particular). Depois de alguns exames, acabou voltando para casa com a intenção de marcar logo o cirurgião e operar.

Vocês não têm idéia de como o hospital estava lotado. A sala de espera da emergência não tinha cadeiras vagas quando chegamos. Depois de entrar, uma quantidade enorme de pessoas tomando soro sentadas em cadeiras desconfortáveis e cochilando sentadas. Pessoas com fisionomias fortes, de quem não se dobra com facilidade, dormindo sentadas, tremendo de frio. Caramba!

Tenho visto as reportagens sobre dengue na televisão, mas ver de perto as pessoas derrubadas pela doença é muito chocante. A gente não tem a dimensão verdadeira da situação até ter contato direto com as pessoas. Tinha muita gente com dengue lá ontem.

Teve uma hora que eu quase desmaiei. Um rapaz com dengue estava muito nervoso e o enfermeiro não conseguia encontrar a veia dele. Fechei os olhos para não ver, mas infelizmente abri na hora errada, quando ele estava conseguindo furar o braço do pobre coitado, que já havia sido furado várias vezes na última semana. Tudo ficou preto na minha frente. Sentei e fiquei quietinha para não cair dura.

No final, acabamos conversando com pessoas simpáticas e solidárias. Apesar do cansaço e do choque com a dengue, foi um dia interessante.