Além dos sustos que levo quase todo dia com os fogos que os engraçadinhos-filhinhos-de-papai soltam em direção aos prédios de vez em quando aqui na rua, de ontem para hoje acho que minha pressão deve ter ido ao topo do Everest.

Ontem à noite, estou muito bem em casa, vendo televisão quietinha. Ouço barulhos do lado de fora da porta da sala. E vejo uma labareda. Barulho de maçarico. Cheiro de desodorante. Gargalhadas. Os engraçadinhos-filhos-dos-vizinhos estavam brincando de fazer maçarico com desodorante onde? Na minha porta, claro!

De repente, eles saíram correndo (devem ter ouvido minha movimentação na sala) e desceram de elevador. Subi que nem uma flecha, interfonei para o porteiro e mandei ele segurar quem estivesse saindo do elevador naquela hora e avisar para não fazer mais isso.

Sentei de novo para ver televisão, mas meu coração estava disparado (e a pressão também devia estar). Decidi trocar de roupa e descer (o Roney estava na reunião de condomínio, então não atendia o celular). Chegando lá embaixo, o retardado do vigia estava com cara de dããã. Perguntei se ele falou com os moleques. “Não, não desceu ninguém não… Só o Fulano com um amigo.”

Interrompi a reunião de condomínio com cara de louca, descabelada, e comecei a contar o ocorrido. A mãe do dito cujo estava lá e disse que depois ia mandá-los falar comigo. (Não sei de que adiantaria isso, mas…)

Subi e não consegui me controlar mais. Decidi ir na casa dos infelizes para mostrar o cheiro de desodorante que estava no corredor. Roney me impediu e foi no meu lugar. Parece brincadeira, mas o padrasto disse ao Roney: “Ora, eu também me assustei com seu cachorro.” Eu adoro as respostas do meu amor: “Pois é… E eu disciplinei o cachorro. Assim como os cachorros, as crianças também precisam ser disciplinadas, sabe?”  🙂

Enfim, depois de um tempo, me acalmei um pouco e fui deitar. Levei mais de uma hora para conseguir dormir.

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O outro susto foi hoje de manhã. Estamos tomando café e conversando na copa. Roney sentado no chão, minha mãe sentada de um lado da mesa e eu do outro. O Toby deitado no chão, brincando com o Roney.

Do nada, minha mãe esbarra no banquinho que estava perto da mesa e ele cai com força em cima do Toby. O bicho ficou louco! Partiu para cima do banquinho querendo matar, rosnando e latindo. Afastei a Lady e olhei para o Toby. Atrás dele, a parede era sangue puro! Comecei a gritar para o Roney: “Ele está machucado!!!!!”

Roney pegou os 30 quilos de bicho no colo, carregou para a sala, limpou e viu que era um corte pequeno na pontinha do rabo do cão. Menos mal, nada sério. Ele gritou tanto que achamos que podia ter quebrado o rabo.

As paredes do corredor ficaram salpicadas até a altura do nosso ombro com o sangue do pobrezinho. Aí foi um mutirão de limpeza antes que o sangue secasse e nunca mais saísse.

De qualquer maneira, se aparecer um C.S.I. por aqui (bem que podia ser o Grissom) com aquela luz negra que detecta sangue, vai achar que houve uma chacina aqui em casa. Eu, hein!